Após uma década de recuo, fruto de políticas sociais e estruturantes, a pobreza volta a crescer na América Latina e no Caribe. A informação é do representante para América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Julio Berdegué, apresentada durante evento realizado em Buenos Aires, na Argentina, nesta quarta (21), ao apresentar relatório que indica que a pobreza atinge 59 milhões de pessoas na região.
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“Pior ainda, sofremos uma reversão histórica, um rompimento da tendência que torna claro que estamos deixando nossas áreas rurais para trás”, alerta Berdegué.
A pobreza rural recuou na região entre 1990 e 2014 graças ao crescimento econômico e a um boom de commodities que permitiu aos governos investirem mais no combate ao problema. Mas o declínio do crescimento entre 2014 e 2016 provocou um aumento ligeiro tanto da pobreza quanto da pobreza extrema, disse a FAO.
Os dados foram apresentados durante a primeira edição da Semana da Agricultura e Alimentação que se desenvolve até 23 de novembro na capital argentina.
Cenário
Cerca de 20% dos habitantes da América Latina vivem em áreas rurais, sendo que mulheres e comunidades indígenas e negras são particularmente afetadas.
A solução é aumentar o acesso às terras, aumentar a resistência das comunidades rurais a choques ambientais e econômicos e investir mais em infraestrutura, o que inclui estradas e suprimentos de água, disse a FAO.