A greve dos caminhoneiros que paralisou o país em maio último, acendeu a luz sobre os preços praticados pela Petrobras não apenas na questão do diesel e da gasolina, mas também no quanto afeta o orçamento familiar, o preço do botijão de gás.
Por Rosely Rocha Especial para CUT
A partir dessa premissa, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez o levantamento de preços e as conseqüências dos constantes reajustes dos derivados de petróleo praticados após o golpe de 2016, sobre o orçamento doméstico, principalmente das famílias mais pobres. Acesse a pesquisa AQUI.
Entre as famílias 10% mais pobres, o preço do gás pesou mais no orçamento daquelas que viviam no Maranhão (59,0%), Acre (51,5%) e em Sergipe (50,7%). Os menores percentuais foram registrados em São Paulo com (10,8%), Distrito Federal (10,1%) e Santa Catarina (8,9%).
Os dados confirmam a tese de que a política de preços da Petrobras, após o golpe de 2016 está deixando um forte impacto negativo na renda dos brasileiros.
A nota do Dieese diz que “o valor do botijão de GLP residencial (13 kg) ficou congelado em R$ 13,51 nas refinarias da Petrobras, entre janeiro de 2003 e agosto de 2015. Em julho de 2017, estava em R$ 17,81 e, em dezembro desse mesmo ano, chegou a R$ 24,38, salto de 37%”.
“A nova política de preços adotada pela direção da Petrobras para o GLP de 13 kg não leva em consideração a resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que “reconhece como de interesse para a política energética nacional a prática de preços diferenciados, por produtor ou importador, de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinado exclusivamente a uso doméstico em recipientes transportáveis de capacidade de até 13kg, pois tem elevado impacto social, posto que seu custo de do custo do botijão de gás no orçamento doméstico”.
Para o diretor técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio, os números apresentados pela pesquisa demonstram que a Petrobras tem um peso importante na vida dos brasileiros.
“A paralisação dos caminhoneiros mostrou o impacto da política absurda de preços da Petrobras, e para o Dieese é importante alertar a população e ajudar o movimento sindical a ter mais informação de forma organizada, de que como a formação de preços da estatal afeta a economia brasileira”, diz Clemente.
Dia do Basta – 10 de agosto
E para dar um basta aos desmandos do governo ilegítimo de Temer e as medidas de retirada de direitos dos trabalhadores, como a reforma trabalhista, a política de preços dos derivados de petróleo e pelo direito de Lula ser candidato às próximas eleições, a CUT e demais centrais sindicais realizarão o Dia do Basta, em 10 de agosto, com paralisações, atrasos de turnos e atos nos locais de trabalho e nas praças públicas de grande circulação de todo o País.
Cada cidade do país terá seu local de realização de atos. Em São Paulo será na Avenida Paulista, na altura do nº1313, em frente à Fiesp, a partir das 10h da manhã.