A intenção de investimentos da indústria brasileira diminuiu no segundo trimestre deste ano, em meio ao aumento da incerteza tanto interna quanto externa.
O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria recuou 7,6 pontos no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores, chegando a 116,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira. O indicador mede a disseminação do ímpeto de investimento entre as empresas industriais, colaborando para antecipar tendências econômicas.
A FGV explicou, entretanto, que o resultado foi pouco influenciado greve dos caminhoneiros, uma vez que quando ela começou no final de maio, 95 por cento dos questionários já haviam sido respondidos.
“Isso não é uma boa notícia”, afirmou, em nota, o superintendente de estatísticas públicas da FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr.
“O resultado da pesquisa, portanto, mostra que o aumento da incerteza (interna e externa) e o ritmo lento da economia já haviam motivado revisões nos programas de investimento das empresas antes mesmo da paralisação. O investimento deve continuar crescendo, mas a taxas menores do que antes”, acrescentou.
A pesquisa mostrou que a proporção das empresas que preveem investir mais caiu para 28,9 por cento neste trimestre, sobre 34,7 por cento no período anterior. Já o número das que projetam investir menos subiu a 12,8 por cento, contra 11 por cento.
Ainda assim, como o indicador se mantém acima dos 100 pontos, continua indicando que a proporção de empresas prevendo aumentar o volume de investimentos nos 12 meses seguintes é superior à das que projetam reduzí-los.
A greve dos caminhoneiros afetou o abastecimento de combustíveis, alimentos e outros insumos em todo o país no final de maio, somando-se ao cenário de incertezas no país sobretudo com as eleições presidenciais e afetando as perspectivas de crescimento econômico.
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano vêm sendo reduzidas por analistas e a pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central aponta agora expectativa de expansão de 1,94 por cento.
Fonte: Reuters