Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Sinposba presente na Marcha das Margaridas 2019

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Milhares de Margaridas ocupam Brasília na maior ação de mulheres da América Latina

A secretária de Saúde do Sinposba, Lucineide Sampaio, participa da Marcha da Margaridas representando as trabalhadoras dos postos de combustíveis da Bahia, margaridas urbanas, que lutam por justiça social, contra a reforma da Previdência e a retirada de direitos trabalhistas.

A Abertura da Marcha é hoje, 13 de agosto, no Parque de Exposições do DF. A ‘grande marcha’ acontece amanhã, dia 14. A concentração será feita a partir das 6h, no Pavilhão do Parque da Cidade, com previsão de saída às 7h em direção à Esplanada dos Ministérios.

Jornal GGN – As Margaridas estão chegando em Brasília. A Marcha das Margaridas já conta com um número expressivo de mulheres, formando a maior ação da América Latina. A previsão é que hoje, dia 13, mulheres brasileiras e de outros 26 países cheguem à capital. A luta é por soberania popular, democracia, justiça, igualdade e contra a violência.

As caravanas foram aportando hoje, dia 13, pela manhã. Às 9h foi realizada uma Sessão Solene no Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, em homenagem às Margaridas. A partir das 14h começaram as atividades no Pavilhão do Parque da Cidade, com oficinas, plenárias, painéis, Mostra das Margaridas, rodas de conversa, lançamento de Cartilha, e outras ações. A abertura oficial será feita às 19h, seguida de noite cultural.

“Diante da importância da Marcha das Margaridas, construída em seus 20 anos de história, a CONTAG e organizações parceiras convidam todas e todos a estarem conosco, principalmente no dia 14 de agosto, em defesa dos direitos e dos interesses das mulheres do campo, da floresta e das águas”, convida Mazé Morais, secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas.

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Pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns

“…Para conservar a sociobiodiversidade eu pratico a agroecologia para além dos sistemas de produção, pois sou o reflexo do lugar que vivo e reconheço a minha identidade de camponesa como guardiã desse ambiente que me acolhe”.
As vozes de milhares de Margaridas ecoarão em Brasília, nos dias 13 e 14 de agosto de 2019, para anunciar ao povo brasileiro uma ampla plataforma política com proposições sobre a construção de um Brasil que respeite os direitos das mulheres do campo, da floresta e das águas.
A plataforma é fruto de um amplo debate feito por mulheres desde as suas comunidades rurais, seus municípios e estados brasileiros, tendo como material orientador cadernos de debates que trazem os 10 eixos políticos da Marcha das Margaridas 2019.
Neste caminho formativo e de politização rumo à Marcha das Margaridas, abordaremos hoje o eixo “Pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns”.
Para as mulheres do campo, da floresta e das águas, a natureza, a sociobiodiversidade e o conhecimento são patrimônios dos povos para o bem de toda a humanidade e devem ser defendidos da ação destrutiva do agronegócio e das grandes corporações que se apropriam e tratam os recursos naturais apenas como um negócio que gera lucros, a exemplo das mineradoras e dos grandes empreendimentos do agronegócio que exploram os recursos naturais e atingem diretamente os povos que vivem nos vários ecossistemas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa).
A sociobiodiversidade se refere a um espaço de vida, ao qual os povos tradicionais historicamente denominam como território. Assim, a demanda por território é mais ampla do que a demanda por terra, por que supõe afirmação de identidade, autogestão e controle dos recursos naturais. Então, quando se fala em luta, conquista ou resistência em relação ao território, refere-se aos meios de reprodução da vida, aos bens comuns – água, frutos nativos, plantas medicinais, área comum para os animais, áreas de pesca e caça.
 
Guardiãs: as mulheres estão à frente dessa luta!
Mesmo diante das várias ameaças à sociobidiversidade e aos bens comuns, milhares de agricultoras, camponesas, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras seguem, em todo o Brasil, com práticas que expressam o saber acumulado sobre os ecossistemas, o patrimônio genético, as formas sustentáveis de produção e conservação das sementes, alimentos, plantas medicinais e domesticação das espécies.
Exemplo dessa resistência e luta das mulheres pela sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns é protagonizado por Josefa Ataídes, do interior do Tocantins, que trabalha com o cultivo de ervas medicinais.
“Faço coleta seletiva dos resíduos orgânicos para compostagem da plantação de ervas medicinais e uso água com consciência fazendo uma irrigação com gotejamento. Em breve irei coletar água da chuva. Planto flores para atrair abelhas e passarinhos, pois acredito que ambiente equilibrado aumenta e facilita a produção. Para conservar a sociobiodiversidade eu pratico a agroecologia para além dos sistemas de produção, pois sou o reflexo do lugar que vivo e reconheço a minha identidade de camponesa como guardiã desse ambiente que me acolhe”, destaca Josefa.
Outro exemplo quem nos conta é a extrativista do Amazonas Maria do Rosário (Juma), que trabalha na sua propriedade com a produção de mandioca e de frutas nativas, entre elas o maracujá do mato, o açaí, a pajurá, a andiroba, o mari e o tucumã.
“Acredito que o meu trabalho diário conservará as várias frutas nativas da região amazônica. Ao mesmo tempo preservará a mata nativa, pois tudo que precisamos encontramos na própria floresta. É a nossa prática de hoje que definirá o futuro da agricultura familiar, da flora, da fauna e dos povos da maior floresta tropical do mundo”, ressalta.
Na preservação da sociobiodiversidade e do acesso aos bens comuns, mais de 300 mil quebradeiras de coco babaçu nos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, diariamente vivenciam o bem viver nos seus territórios espalhados em 80% das florestas de babaçuais do país. Uma tarefa nada fácil, frente à expansão do agronegócio, nesses territórios.
“É cada vez maior a agressão à nossa cultura, às florestas de babaçus. Mas estamos vigilantes, somos guardiãs das florestas, e denunciamos essas infrações à nossa biodiversidade”, enfatiza Maria Alaídes de Sousa, coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de  Coco Babaçu (MiqCB).
 A atuação das mulheres através dos movimentos sociais e sindical vem gerando um bom resultado. Prova disso é o aumento no número de hectares de 18 para 25 milhões das florestas de babaçu nesses quatro estados, como aponta pesquisa do Projeto Cartografia Social da Amazônia. Com a conquista de mais áreas veio também a expansão da cadeia do babaçu. Hoje, são mais de 65 produtos extraídos do fruto.  Assim, a luta das quebradeiras tem garantido a preservação cultural da quebra de coco babaçu.
“Mostramos às jovens que, de um fruto nativo como o babaçu, retiramos a nossa resistência e bem viver, reforçamos a nossa luta e incentivamos às mulheres a continuarem na luta pela soberania alimentar, o acesso livre aos territórios e a autodeterminação dos povos”, compartilha a quebradeira de coco babaçu e liderança da Baixada Maranhense (Maranhão), Rosa Gregória.
“São histórias como as de Josefa, Maria do Rosário, Maria Alaíde e Rosa Gregória que somam força na proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns em todo o Território Nacional. São essas mulheres que protagonizam a maior ação de massa da América Latina: a Marcha das Margaridas 2019, realizada desde 2000 pela CONTAG, Federações e Sindicatos filiados à Confederação, e com o apoio de várias organizações parceiras”, destaca a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros.
FONTE: Comunicação Marcha das Margaridas 2019 – Barack Fernandes e Yndara Vasques

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