Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Petroleiros fazem ato contra o fechamento da Fafen, em Camaçari

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“Se fechar a Fafen, além do desemprego, a decisão da atual direção da Petrobras irá prejudicar a cadeia produtiva da região e até mesmo colocar em risco a hemodiálise no país”, diz o diretor do Sindipetro-BA

Tatiana Melim

Contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), os petroleiros e petroleiras realizarão um ato nesta segunda-feira (1º), a partir das 7h, na rua Eteno, 2198, no Polo Petroquímico de Camaçari.

O diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, acredita que a mobilização será maior do que a ocorrida no final de janeiro, quando 2 mil trabalhadores e trabalhadoras denunciaram os impactos que a decisão da Petrobras poderia causar.

Segundo Deyvid, além da demissão direta de 750 petroleiros, os trabalhadores e trabalhadoras de outras empresas do Polo Petroquímico também correm o risco de perder o emprego. “A Fafen tem um papel central para o funcionamento do Polo de Camaçari, pois é responsável por fornecer insumos para as diversas empresas que compõem a cadeia produtiva da região”.

É o caso da empresa Carbonor S.A, situada no Polo Petroquímico de Camaçari e única detentora de tecnologia de produção de bicarbonato de sódio para uso farmacêutico, em especial para hemodiálise.

De acordo com a Carbonor, para tornar viável a utilização de CO2 gasoso é necessária uma fonte próxima à unidade processadora. Por essa razão, as duas empresas – Fafen e Carbonor – estão localizadas no mesmo complexo industrial. A Carbonor utiliza dióxido de carbono (CO2) na forma gasosa recebido por tubo via da unidade da Fafen-BA.

Essa decisão é tão grave e errada que pode impactar até mesmo quem depende da hemodiálise

– Deyvid Bacelar

Além da Carbonor, outras empresas, como Oxiteno, Acrinor, Proquigel, IPC do Nordeste, PVC, e White Martins, também podem ser prejudicadas com a decisão.

Por isso, segundo Deyvid, além dos petroleiros, diversos sindicatos que representam os trabalhadores e trabalhadoras de outras empresas do Polo Petroquímico também estão mobilizados contra o fechamento da Fafen.

“Até mesmo os sindicatos patronais, que representam as empresas, estão dialogado e trabalhando contra o fechamento. Muitos deputados, vereadores, a prefeitura e o governo do Estado também estão negociando e tentando evitar essa tragédia”.

A Fafen

Fundada em 1971, a Fafen-BA se estabeleceu como responsável por produzir diversos produtos, entre eles a amônia, que é um derivado do gás natural, empregado na produção de outros bens como uréia, sulfato de amônio e nitrato de amônio que são fertilizantes nitrogenados.

Os insumos fabricados são utilizados na indústria de alimentos, produção de cosméticos, indústria farmacêutica, produtos de limpeza, alimentação de animais, fabricação de resinas sintéticas, plásticos, entre outros.

Se for fechada, a Petrobras deixará de ter o controle de uma produção de 3.100 toneladas por dia de fertilizantes, que passará para as mãos de empresas privadas. Também serão arrendados os terminais marítimos no Porto de Aratu (BA), com capacidade de armazenagem e carregamento de 50 mil toneladas dos produtos.

Os números representam 30% de toda a produção brasileira. O país é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e, hoje, importa mais de 75% do que utiliza.

“A saída da Petrobras do segmento de fertilizantes, além de comprometer a soberania alimentar, coloca o país na contramão de grandes nações agrícolas, cujos mercados de fertilizantes estão em expansão”, alerta o diretor do Sindipetro-BA.

“Além disso, deixará o Brasil refém da oscilação de preços no mercado internacional, o que pode encarecer o preço de diversos produtos”, conclui Deyvid.

www.cut.org.br

 

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