Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Saldos da reforma trabalhista: 27,9 milhões de trabalhadores subutilizados

Concentração de desempregados no Anhangabaú, centro da capital paulista
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Grupo de trabalhadores que inclui desocupados, desalentados, empregados com jornada inferior a 40 horas semanais, é recorde, segundo o IBGE.

Menos de dois anos depois da reforma trabalhista de Michel Temer – que sucateou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) com a promessa de acabar com o desemprego – e com o emprego formal sob risco ainda maior com os planos de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (PSL), a mão de obra subutilizada chegou ao pico da série, iniciada em 2012, ao atingir 27,9 milhões de pessoas.

Recorde de desalentados

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que detectou aumento de 0,9 pontos porcentuais no desemprego. O flagelo castiga 12,4% da população economicamente ativa, o que constitui um monumental desperdício de forças produtivas e impede a retomada do crescimento da economia.

A população desocupada (13,1 milhões) cresceu 7,3% (mais 892 mil pessoas) frente ao trimestre de setembro a novembro de 2018 (12,2 milhões). Outro número recorde foi o de pessoas desalentadas – aquelas que simplesmente desistiram de procurar emprego. Nesses três meses, 4,9 milhões de brasileiros se encontravam nessa condição.

Povo infeliz

Causa de sofrimento e desespero para milhões de famílias brasileiras, o desemprego em massa ajuda a explicar o sentimento generalizado de infelicidade que parece estar tomando conta da sociedade brasileira em meio à crise econômica, política e institucional que abala as estruturas da nossa pobre e frágil República.

O World Happiness Report, relatório mundial sobre a felicidade feito pelo Gallup, divulgado quarta-feira (27), revela que os brasileiros nunca foram tão infelizes como em 2018. A metodologia da Gallup considera índices sociais, como renda, e a aplicação de 1 questionário. O Brasil fechou o ano com 6,200 pontos, em 32º lugar, no menor número da série histórica.

O desemprego segue alto, os empregos criados são de baixíssima qualidade com salários irrisórios e a informalidade campeia, o que torna o brasileiro mais infeliz.

Os principais motivos que levaram a esse ápice de infelicidade foram a crise financeira, a sensação de insegurança na política e a falta de confiança em líderes do Estado, diz a pesquisa. O Brasil também bateu o recorde de todos os países em toda a série histórica na descrença com os líderes da política nacional, de acordo com a base de dados da Gallup.

Declínio

Esta é a 7ª edição do relatório, que começou a computar a sua série histórica em 2006. Ele classifica 156 países pelo quão felizes seus cidadãos se consideram. O Relatório Mundial da Felicidade de 2019 tem como foco a “felicidade e comunidades”. Em 2015, o Brasil ocupava o 16º lugar e, desde então, vem perdendo posições. Nosso povo já foi considerado o mais feliz do mundo. Nosso Carnaval já foi sinônimo de alegria.

O nível de felicidade tende a levar um tempo ainda indefinido para voltar a subir, na avaliação é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, laboratório da FGV que estuda desenvolvimento social e que tem acesso aos dados da Gallup usados como base para o relatório.

— Em 2013, o brasileiro avaliava a sua satisfação na vida com nota de 7,1 (escala de 0 a 10). A partir de 2015, começamos a observar uma queda grande nessa pontuação e hoje estamos no menor nível da série histórica. Não há sinais de que voltaremos aos níveis anteriores — concluiu o professor em conversa com jornalistas.

Parece evidente que a sensação de infelicidade cresceu após o golpe de Estado de 2016, que conduziu o ilegítimo e corrupto Michel Temer à Presidência para promover a restauração do malfadado projeto neoliberal, que a extrema direita liderada por um capitão tresloucado promete radicalizar. Entre as obras dos golpistas destacam-se a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita e o congelamento dos gastos públicos primários por 20 anos.

O resultado salta aos olhos, mas o atual governo quer dar continuidade à política de terra arrasada contra o Brasil e a nossa classe trabalhadora.

Umberto Martins, com informações do Correio do Brasil e Forum

www.ctb.org.br

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