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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Jagunços atacam indígenas e MST no MS; duas pessoas estão em estado grave

Viaturas prestam socorro após ataques. Foto: Equipe MPI
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Atos de violência contra guarani-kaiowás e acampamento do MST ocorreram no final de semana. Ministério dos Povos Indígenas e Ministério Público acompanham

Indígenas Guarani Kaiowá foram atacados, neste sábado (3), por um grupo armado na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina (MS). Ao todo, dez pessoas ficaram feridas, dois indígenas em estado grave, após jagunços usarem munição letal e balas de borracha, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Também houve ataques no domingo (4), inclusive a assentamento do MST na mesma região, sem registro de feridos.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério Público Federal estão atuando no caso ocorrido em Douradina. Os dois indígenas que estão em estado grave e se encontram no Hospital da Vida, em Dourados, foram feridos com um tiro na cabeça e no pescoço. De acordo com o Cimi, os atos violentos aconteceram após a Força Nacional ter deixado o local.

Em nota, o MPI condenou os ataques e destacou que o secretário executivo, Eloy Terena, “acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para receber explicações sobre a ausência da Força Nacional do local imediatamente antes do ataque e para garantir que o efetivo permaneceria no território para evitar novos episódios de violência”.

A Força Nacional informou que os ataques aconteceram no início da tarde de sábado, no momento em que fazia o patrulhamento em outra área da mesma região, onde acontecem outras retomadas de suas próprias terras por parte dos indígenas.

Ainda de acordo com o MPI, as equipes do ministério e da Funai “seguem monitorando a situação de forma permanente, e a ministra Sonia Guajajara está em contato direto com o Ministério da Justiça”. Além dessas medidas, a pasta fez o acompanhamento do socorro às vítimas.

Por fim, a nota do MPI enfatiza que “a instabilidade gerada pelo marco temporal para terras indígenas tem como consequência não só a incerteza jurídica sobre as definições territoriais que afetam os povos indígenas, mas abre ocasião para atos de violência que têm os indígenas como as principais vítimas”.

Já o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania emitiu comunicado informando que neste domingo (4), “o coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) chegou ao estado do Mato Grosso do Sul para se juntar à equipe coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas na resposta do Governo Federal aos ataques”.

Os indígenas Guarani Kaiowá vêm realizando retomadas na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, território já delimitado pela Funai em 2011. “O documento que identifica a área como de ocupação tradicional indígena segue válido, porém, o andamento do procedimento demarcatório se encontra suspenso por ordem judicial”, informa o MPI.

De acordo com o Cimi, novos ataques de ruralistas teriam ocorrido na noite de domingo (4), na retomada Yvy Ajere, motivados por notícia falsa de que os indígenas estariam “invadindo” fazendas em Douradina, “indo além das sete retomadas em que já se encontram dentro dos limites da Terra Indígena Lagoa Panambi”.

Acampamento do MST

O acampamento Esperança, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), também foi atacado e teve seu entorno incendiado em Dourados (MS), na madrugada de domingo (4). Cerca de 300 família vivem no local. Não houve feridos, mas pessoas, inclusive crianças e idosos, passaram mal devido à fumaça.

Segundo o Cimi, o ato criminoso teria sido uma retaliação de fazendeiros locais após sem-terra terem participado de retomadas em Douradina, em apoio aos indígenas, na segunda-feira (29).

www.vermelho.org.br/Com agências

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