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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Congresso tem em pauta ‘plano de destruição do meio ambiente no Brasil’, diz especialista

Vista aérea de uma área alagada de Canoas, município ao norte de Porto Alegre. - NELSON ALMEIDA / AFP
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Secretário executivo do Observatório do Clima criticou atuação de parlamentares diante das mudanças climáticas

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Pelo menos 90 pessoas já morreram no Rio Grande do Sul por causa das fortes chuvas que atingem o estado há mais de uma semana. O cenário na região, já devastador, pode piorar ainda mais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de grande perigo para o extremo sul do Rio Grande do Sul. A previsão é de mais de 100 milímetros de chuva por dia, ventos de mais de 100 quilômetros por hora e chuva de granizo entre terça (7) e quarta-feira (8).

A situação também é crítica nos municípios gaúchos que ficam ao redor da Lagoa dos Patos. O governo do estado fez um alerta na noite desta segunda-feira (6) sobre o risco de enchentes nestes locais. Isso porque a água da inundação em Porto Alegre desce para a Lagoa dos Patos para depois escoar para o mar. Também nesta segunda, a prefeitura de Pelotas emitiu ordem de saída para moradores de seis áreas com risco de inundação.

Do ponto de vista meteorológico, a chegada de frentes frias e as áreas de baixa pressão explicam a concentração de chuvas extremas. É o que explica Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, em entrevista ao programa Central do Brasil desta terça-feira (7).

Segundo Astrini, as mudanças climáticas potencializam fenômenos climáticos que já existem na região. “Elas não criam necessariamente algo que não existe, o que ela faz é potencializar toda essa possibilidade de chuva que já cairia lá.”

Ele lembrou que o estado vem sofrendo constantemente com condições climáticas adversas. “O Rio Grande do Sul já sofreu no passado com enchentes e há dois anos vinha sofrendo consecutivas secas que também atingiram principalmente a lavoura e, infelizmente, esse é um novo normal.”

O representante do Observatório do Clima chamou a atenção para a forma como essas mudanças climáticas são tratadas pela classe política, sobretudo no Congresso Nacional. “Se a gente olhar para a pauta no plenário da Câmara, o que eles têm lá é um verdadeiro plano de destruição do meio ambiente no Brasil. Inclusive com um deputado do Rio Grande do Sul propondo, por exemplo, projetos de lei para liberar geral o desmatamento em todas as áreas que não são florestais. Fica a pergunta: cadê as emendas dos parlamentares destinadas para a prevenção desse tipo de tragédia?”

Segundo informações do portal de notícias g1, dos 34 deputados federais gaúchos, apenas Fernanda Melchionna (Psol)  destinou emendas específicas para prevenção de desastres no estado em 2024.

Segundo ele, planos de contenção e adaptação devem ser colocados em prática nos estados com urgência. “A ministra Marina Silva chegou a anunciar mais de mil áreas no Brasil que estão sob intenso risco devido às mudanças climáticas. Vamos pegar essas regiões, juntar prefeitos, governadores, o governo federal e ter um plano de ação para essas localidades. Não basta ficar esperando, senão a gente vai ficar sempre correndo atrás do prejuízo e quem tem o prejuízo maior a gente já sabe: são as populações pobres.”

É preciso ainda criar fundos e reservas financeiras para o enfrentamento das condições climáticas severas. “Precisamos ter mais planejamento antecipado para olhar para esses lugares, criar fundos, reservas financeiras e ir fazendo investimento, nós temos que ter bem claro onde está em maior risco, onde vai ser preciso investir primeiro.”

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta terça-feira (7) do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

www.brasildefato.com.br

 

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