A família da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) diz que as prisões do deputado Chiquinho Brazão (União-RJ), do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, são uma “fagulha de esperança” para os familiares da vereadora assassinada em 2018, junto com o seu motorista, Anderson Gomes. Os dois irmãos foram presos neste domingo suspeitos de mandar matar Marielle. Já o policial civil é acusado de atrapalhar as investigações.
Em nota assinada pela mãe de Marielle, Marinete, pela irmã dela, Anielle, pelo pai, Antônio, e pela filha, Luyara, a família afirma que ainda “há muita coisa a ser investigada e elucidada”. Anielle também é ministra da Igualdade Racial.
“É importante não perdermos de vista que até o momento ninguém foi efetivamente responsabilizado por esse crime, entre os apontados como executores e mandantes. Todas as prisões são preventivas e ainda há muita coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das motivações de um crime tão cruel como esse. Mas os esforços coordenados das autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares”, diz trecho da nota.
Na nota, a família também destaca o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para avançar por respostas sobre o caso, e que espera “o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da Justiça”.
Conforme determina a Constituição, a Câmara votará a manutenção da prisão de Chiquinho. O Psol anunciou que entrará com pedido de cassação do mandato do deputado federal e representação pedindo a expulsão de Domingos do TCE-RJ.
Veja a íntegra da nota da família Franco:
“Neste Domingo de Ramos (24), dia de celebrar nossa fé, a luta por justiça, e na liturgia o domingo que antecede a Páscoa sobre recomeços e ressurreição, acordamos com a notícia da operação conjunta da Procuradoria Geral da República, Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal.
Hoje é um dia histórico para a democracia brasileira e um passo importante na busca por justiça no caso de Marielle e Anderson. São mais de seis anos esperando respostas sobre quem mandou matar Marielle e o por quê.
Marielle era uma parlamentar eleita com mais de 46 mil votos na Cidade do Rio de Janeiro e tinha uma atuação voltada à garantia de direitos para a população fluminense e melhoria das condições de vida de toda a cidade, com atenção para aquelas e aqueles que comumente tem seus direitos fundamentais violados: moradores das favelas e periferias, pessoas negras, mulheres, trabalhadores informais. Sua luta era por justiça social, garantia de direitos básicos para a população. E é por essa razão que sua luta não termina com seu bárbaro assassinato e de seu motorista, Anderson.
A resolução do caso é central para nós, mas não apenas. Hoje, falamos da importância desta resposta para todo o Brasil, os eleitores de Marielle, para defensoras e defensores de direitos humanos e para a população mais vulnerabilizada desse país.
É importante não perdermos de vista que até o momento ninguém foi efetivamente responsabilizado por esse crime, entre os apontados como executores e mandantes. Todas as prisões são preventivas e ainda há muita coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das motivações de um crime tão cruel como esse. Mas os esforços coordenados das autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares.
Reconhecemos o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar por respostas sobre o caso, agora aguardamos o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da justiça.
Neste dia de dor e esperança, nossa família segue lutando por justiça. Nada trará nossa Mari de volta, mas estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos.
Com esperança e luta,
Marinete (mãe), Anielle (irmã), Antônio (pai) e Luyara (filha)”
www.congressoemfoco.uol.com.br/EDSON SARDINHA