Informações divulgadas nesta terça-feira (6) pelo Dieese revelam que o preço da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais analisadas mensalmente pelo órgão.
Os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) indicam que a única redução nos preços dos produtos que compõem a cesta foi verificada em Fortaleza (-1,9%).
As altas mais relevantes foram registradas em Belo Horizonte (10,43%), Rio de Janeiro (7,20%), Brasília (6,27%) e Goiânia (6,18%).
As três cestas mais caras são, por ordem, as de Florianópolis (R$ 800,31), São Paulo (R$ 793,39) e Rio de Janeiro (R$ 791,77).
No Nordeste, as mais baratas
No Nordeste os preços são sensivelmente menores, embora seja preciso ressalvar que a composição da cesta nas cidades do Norte e Nordeste é diferentes das demais capitais, o que reflete as peculiaridades regionais da culinária e do consumo.
As mais baratas são, por ordem, as de Aracaju (R$ 528,48), Recife (R$ 550,51) e João Pessoa (R$ 559,77).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em seis dos produtos da cesta: batata (32,75%), arroz agulhinha (29,77%), açúcar refinado (11,30%), banana (9,67%), tomate (9,07%) e pão francês (2,09%).
Outros sete bens acumularam reduções: óleo de soja (-26,38%), feijão carioquinha (-14,02%), carne bovina de primeira (-8,96%), farinha de trigo (-8,32%), café em pó (-6,16%), leite integral (-4,04%) e manteiga (-0,14%).
O salário previsto na Constituição
O salário mínimo necessário para corresponder aos preceitos constitucionais equivalia, em janeiro, a R$ 6.723,41, segundo cálculos do Dieese. Ou seja, 4,76 vezes o mínimo real de R$ 1.412.
Apesar da grande defasagem entre os valores necessários e a realidade é preciso ressaltar que a política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo Lula está contribuindo para reduzir gradualmente o hiato.
Um ano atrás, em janeiro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.641,58 ou 5,10 vezes o valor vigente à época.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 106 horas e 30 minutos. Após desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 52,33% do rendimento só para adquirir os produtos básicos em janeiro.
O cidadão naturalmente tem outras despesas, que se multiplicam quando é chefe de família, como aluguel, transporte, saúde, educação. De acordo com o Dieese, o salário mínimo serve de referência para 54 milhões de pessoas no Brasil – um em cada quatro brasileiros, sendo que nada menos que 22,7 milhões de pessoas são diretamente atingidas no bolso pelo patamar do salário mínimo.
Sete décadas depois, e o registro de dois golpes de Estado no intervalo (1964 e 2016) nota-se que a situação da classe trabalhadora não melhorou no Brasil, muito pelo contrário.
Para maiores informações acesse a Nota à Imprensa do Dieese
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