Menos de 24h depois do fim do pleito eleitoral de 2018, a cantoria dos congressistas alinhados a Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito da extrema direita, defendem votar já bandeiras das bancadas conservadoras da Câmara e do Senado.
Pelo calendário, as Casas voltam ao trabalho em novembro e o tempo é curto até primeira metade de dezembro, quando o Congresso deve entrar em recesso .
Depois disso, só em fevereiro de 2019, já sob a égide de Jair Bolsonaro e com a nova configuração – são 261 caras novas na Câmara (61% do total) e 46 no Senado (57%) em relação à atual legislatura.
É bom lembrar que já ganha formato a eleição para Presidência da Câmara. Rodrigo Maia (DEM-RJ) já avisou, vou para reeleição. E prometendo atender a pedidos, flerta com bolsonaristas.
E a bola da vez é a Redução da Idade Penal e o Estatuto do Desarmamento. Este último, avisa o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), “temos todas as condições de aprovar a proposta ainda neste ano”. E completou: “Isso foi acordado [com o presidente da Casa, Rodrigo Maia] antes da eleição”. A conversa com Rodrigo Maia precedida de reunião com Jair Bolsonaro.
Lembremos que Fraga, que é aliado e amigo de Jair Bolsonaro há mais de 37 anos e já foi anunciado membro do governo de extrema direita que se iniciará em 01 de janeiro de 2019, no dia 24 de outubro organizou reunião com mais de 30 parlamentares da chamada “bancada da bala ” com Jair Bolsonaro (PSL) não só para sinalizar apoio, mas já apresentar qual será o tom já em 2018.
Na oportunidade, Bolsonaro reiterou querer Fraga como ministro das Relações Institucionais.
Aposentadoria na mira
Outra ameaça na pauta da extrema direita é a Reforma da Previdência. Circula na imprensa nesta segunda (29) a informação que o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, além de tentar votar a reforma da Previdência na Câmara ainda em 2018, “seria excelente” aprovar a independência do Banco Central.
Guardia também já avisou que tem encontro marcodo com o conselheiro econômico e futuro ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes. Segundo o ministro, sua equipe já preparou todo trabalho para facilitar a vida da nova equipe que assumirá no próximo ano.
E fica pior. Guardia ainda vai deixar pronta lista de projetos que tramitam no Congresso e que podem ser aprovados ainda em 2018. Entre eles, o PL da cessão onerosa, que amplia a entrega do Pré-sal, já que permite a venda dos campos que já geridos pela Petrobras.
À imprensa, Orlando Silva (PCdoB/SP) destacou que o alerta será geral pois a gestão de extrema direita vai tentar desviar o foco dos projetos regressivos, em especial, no que toca a reforma da Previdência. “A luta seguirá permanente”, avisou.
*Joanne Mota é jornalista e assessora da CTB Nacional