Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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A esperada herança inflacionária e o novo governo

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O Brasil viveu um período claro de descontrole e irresponsabilidade fiscal. A PEC dos precatórios, a isenção dos tributos sobre a gasolina para cortar a inflação de forma artificial, e os gastos extraordinários fora do teto para influenciar nas eleições tiveram um custo enorme para o povo brasileiro, deixando a conta para ser paga pelo atual governo. 

A inflação é parte deste problema. No governo passado ela vinha acelerando até junho de 2022. Bateu o desespero e o governo soltou o pacote eleitoral, tendo a redução do preço da energia elétrica e da gasolina como trunfo. O jornal Valor Econômico calcula que, sem a isenção de tributos para esses bens, a inflação teria chagado a quase 10% no ano passado, contra os 5,79% registrados no fim do ano. Lembrando que a meta seria de 3,25%, portanto não houve cumprimento da mesma.

O problema é que os subsídios tinham prazo para acabar e a inflação volta a incomodar. O Banco Central não se deixou influenciar pela “maquiagem” no índice e manteve a taxa de juros alta, apontando também como motivo de preocupação o “rombo” nas contas públicas deixado pelo governo Bolsonaro. Mas também tem responsabilidade na maquiagem da séria histórica o fluxo de capitais, pois contabilizou entradas de US$ 9,5 bi quando houve, na verdade, saída de US$ 3,2 bi, colocando em suspeição a sua autonomia. O índice de janeiro veio alto, embora um pouco abaixo das expectativas do mercado. Alimentos voltam a pressionar o índice geral, devido principalmente aos problemas climáticos que afetaram a lavoura no Sul. Gasolina e a energia elétrica voltam a subir, depois da maquiagem anterior. A boa notícia é a queda no preço do óleo diesel. O Relatório de Mercado do Banco Central aponta uma inflação de 5,78% para 2023, acima da meta de 3% (uma bravata decidida pelo governo anterior, sem base na realidade), e um crescimento de apenas 0,79% do PIB. O cenário do primeiro ano de governo será difícil e de arrumação da casa e reconquista da confiança para que o País volte a crescer de forma sustentável e com distribuição de renda. Os sinais firmes do governo para o controle dos gastos com responsabilidade social podem trazer a confiança necessária.

ww2.contag.org.br/Fonte: Subseção do DIEESE/CONTAG

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