Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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59% dos brasileiros querem trabalho com carteira assinada e só 21% não, mostra Ipec

Carteira de trabalho digital. Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil
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Para 43% dos entrevistados, o desemprego é o maior problema do país

São 59% dos brasileiros que preferem o trabalho com carteira assinada, é o que aponta um levantamento feito pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) a pedido do jornal O GLOBO, divulgado neste domingo (4).

Apenas 21% discordam da carteira assinada e 19% não concordam e nem discordam.

A pesquisa, que foi feita pela internet com 2 mil pessoas acima de 16 anos, das classes A, B e C, em julho deste ano, mostra que a maioria dos brasileiros almejam trabalho com estabilidade e com pagamentos regulares e garantias de direitos.

No baixíssimo ritmo de crescimento que a economia do Brasil tem vivido nos últimos anos, os brasileiros – que já estavam desempregados antes da crise sanitária de covid-19 e os que perderam seus empregos na pandemia foram empurrados para o subemprego e para as ocupações secundárias da economia, normalmente informais.

No trimestre de maio a julho de 2022, o Brasil bateu recorde de trabalhadores sem carteira com o nível de emprego elevado, de acordo com números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na última quarta-feira (31) pelo IBGE.

São mais de 39 milhões de pessoas, ou quase 40% da força de trabalho no País na informalidade do trabalho, ou seja, exercendo atividades de trabalho precário, com instabilidade ou jornada excessiva, baixos salários e sem direito a férias, aposentadoria, entre outros direitos trabalhistas.

Junta-se a isso, a população abertamente desempregada, estimada em 9,9 milhões, os mais 4,2 milhões de “desalentados”, pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditar que há oportunidade ou por outros motivos. A soma dos que estão sem emprego algum com aqueles que fazem bicos vai a 24,3 milhões (“subutilizados”).

No desemprego aberto, aproximadamente 3 milhões, cerca de 30% do total, estão há mais de dois anos desempregados, segundo cálculos  da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Com a maioria das vagas ocupadas em atividades sem direitos trabalhistas,  o rendimento do trabalho  médio chegou a  R$ 2.693 no trimestre, uma queda de 2,9% no ano. No trimestre encerrado em julho, o rendimento médio real habitual era de R$ 2.773. O valor de R$ 2.693 também está 5% abaixo do pré-pandemia (fevereiro de 2020).

DESEMPREGO

Neste drama do mercado de trabalho brasileiro, o desemprego lidera a lista de preocupações dos brasileiros, de acordo com outra pesquisa do Ipec, também realizada em julho a pedido do GLOBO, que foi feita de maneira presencial com 2 mil pessoas acima de 16 anos em 128 cidades de todas as regiões.

Para 43% dos entrevistados, o desemprego é percebido como o maior problema do país. O percentual dos que apontam a falta de emprego em 2022 é quase o mesmo de 2018, dentro da margem de erro de 2% pontos percentuais para mais ou para menos. Em 2018, o desemprego foi apontado por 45% dos entrevistados, ficando atrás apenas da Saúde, que apareceu com 46%.

Outra questão a ser observada é que a inflação e a fome estão entre as preocupações dos brasileiros em 2022, para 18% e 17% dos entrevistados, respectivamente.

Na sondagem de 2018, essas preocupações não constavam, mas sim com  falta de moradia – questão que ficou de lado diante das dificuldades que os brasileiros estão enfrentando hoje de carestia dos preços dos alimentos.

Na sondagem de 2022 ainda, a preocupação com o desemprego é maior entre as mulheres (45%, contra 40% dos homens), no grupo que parou de estudar no ensino médio (46%) e nas parcelas mais vulneráveis, já que aumenta conforme mais pobre é o estrato: 53% dos que têm renda familiar mensal até um salário mínimo tratam o assunto de forma prioritária, índice que é de 31% entre os que recebem mais de cinco salários. No recorte por região, o Nordeste lidera com 46%.

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