Custo da cesta de comida compromete 69,31% do salário mínimo, segundo pesquisa do Dieese
A carestia de Bolsonaro não dá trégua, com os preços do feijão carioquinha, do leite integral, do café em pó, do pão francês, subindo em praticamente todas as 17 capitais onde é pesquisado o custo da cesta básica de alimentos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Em junho, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 9 das 17 capitais pesquisadas. Na comparação com junho do ano passado, todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.
São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 777,01), seguida de Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).
Considerando o salário mínimo líquido no mês de R$ 1.212,00, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador na capital paulista precisou comprometer 69,31% da remuneração para adquirir comida, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em maio de 2022, o percentual foi de 69,39% e, em junho de 2021, ficou em 61,60%.
No conjunto das capitais pesquisadas, o custo da cesta básica em junho deste ano compromete, em média, 59,68% do rendimento do trabalhador. Em maio foi de 59,39% e em junho do ano passado, quando o salário mínimo estava em R$ 1000, o percentual foi de 54,79%.
NO ANO, CUSTO DA CESTA AUMENTOU EM TODAS AS CAPITAIS
No acumulado do ano de 2022, o custo da cesta básica apresentou alta em todas as cidades, com destaque para as variações de Natal (15,53%), Aracaju (15,03%), Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%).
Entre os itens que registraram as maiores altas, entre maio e junho, estão o leite integral e a manteiga. Para o leite UHT, as maiores altas ocorreram em Belo Horizonte (23,09%), Porto Alegre (14,67%), Campo Grande (12,95%) e Rio de Janeiro (11,09%). Para a manteiga, as taxas oscilaram entre 10,28%, em Goiânia e 23,85%, em Campo Grande.
O preço do quilo do pão francês subiu em 15 das 17 cidades pesquisadas em junho e os percentuais mais expressivos foram observados em Belém (10,29%), Salvador (3,36%) e Natal (3,21%). A farinha de trigo, que é coletada no Centro-Sul, teve seu preço majorado em todas as capitais, com destaque para as variações em Brasília (6,64%) e Vitória (5,49%). Em 12 meses, o preço do pão francês apresentou alta em todas as cidades, sendo que as maiores ocorreram em Salvador (30,32%) e Aracaju (28,00%). Em igual período, o valor médio da farinha de trigo acumulou aumentos entre 22,55%, em Vitória e 45,94%, em Belo Horizonte.
O valor do quilo do feijão carioquinha subiu em todas as cidades onde é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), e apresentou taxas de variação entre 3,67%, em Belém e 13,74%, em Recife. Em 12 meses, destacam-se os percentuais registrados em Goiânia (40,96%), Salvador (34,77%) e São Paulo (30,27%).
O preço do quilo do café em pó cresceu em 13 capitais. As principais altas ocorreram em São Paulo (4,43%), Belém (3,31%) e Recife (3,31%). Em 12 meses, houve aumento em todas as cidades, com variações que oscilaram entre 66,32%, em Belo Horizonte e 105,16%, em Vitória.
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