Um tema urgente para o Brasil é a defesa da Eletrobras. A empresa pública de energia é alvo do governo entreguista de Jair Bolsonaro, que se empenha pela privatização. A pauta será analisada novamente pelo Tribunal e Contas da União (TCU) no próximo dia 18 de maio, por isso os eletricitários estão vigilantes, e mobilizando a categoria em todo o país, para defender que mais este patrimônio brasileiro não seja vendido.
Nesta quarta-feira (4) foi aprovado na Comissão de Legislação Participativa, o requerimento para discutir os efeitos sociais e econômicos da privatização da Eletrobras. A audiência pública que vai discutir o tema está agendada para o dia 16, às vésperas da data prevista para o assunto voltar à pauta do TCU.
O eletricitário Victor Frota da Silva, que também é da direção do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal, e da direção nacional da CTB, denuncia que “nesta reta final do governo, Jair Bolsonaro conseguiu aprovar no Congresso uma Medida Provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. Lutamos muito na Câmara e no Senado, mas infelizmente foi aprovado por diferença de apenas 3 votos, graças a inclusão ao texto da criação de novas térmicas em determinados estados para agraciar alguns senadores”.
Mas garante que os eletricitários estão em pé de guerra contra a sanha privatista de Bolsonaro: “agora nossa luta se dá em diferentes frentes. Primeiro, no TCU, lá conseguimos atrasar mais alguns meses o 1º processo sobre a privatização. E agora estamos tentando atrasar ainda mais o 2º processo, que teve a sessão de análise adiada de 20/04 para 18/05. Na Justiça, sobretudo no STF, para denunciar o caráter nefasto da proposta deste governo e como ele vai prejudicar a população; e a luta junto à sociedade, que será a maior prejudicada. Seja pela piora e encarecimento do serviço, seja pelo impacto sobre o setor produtivo, visto que energia é um insumo estratégico para o desenvolvimento de qualquer país. Também há uma luta forte no Congresso Nacional. Esse conjunto de movimentos se soma à mobilização que nossa categoria realiza junto com o movimento sindical e os movimentos sociais. E seguiremos firmes para garantir a defesa da maior empresa de energia elétrica da América Latina”.
Segundo, Victor, a luta dos eletricitários é para que o Brasil não seja tomado por essa lógica privatista porque as consequências não serão outras senão apagões e tarifaços para toda a população. “Isso sem falar que qualquer aumento na conta de luz impacta diretamente no setor produtivo e na economia de forma geral, o que pode dificultar qualquer ensaio de retomada de crescimento do país”, explica.
E foi na defesa desta gigante brasileira, que os eletricitários encontraram espaço também para ampliar o diálogo com a sociedade civil. Victor conta que foi criado o Coletivo Nacional dos Eletricitários para coordenar a Campanha Nacional em Defesa da Eletrobras Pública: “Salve a Energia”. “Temos mostrado à sociedade em geral, os exemplos concretos recentes de privatização das companhias de distribuição de energia elétrica estaduais. Quais foram os impactos para essas populações? O serviço piorou e ficou mais caro. Quando se vende uma companhia de energia elétrica responsável pela prestação de serviço essencial, a conta de luz aumenta muito e o serviço piora”, avalia o dirigente.
A luta em defesa da Eletrobras não é só dos eletricitários, mas da sociedade brasileira. E Victor não vacila ao afirmar que “os eletricitários seguem mobilizados nas redes sociais e nas portas das unidades administrativas e operacionais das empresas do grupo Eletrobras para pressionar o TCU, bem como o governo para suspender esse processo de entrega da Eletrobras. Por isso convidamos todo o movimento sindical e social para participar ativamente dessa luta, que é de todos! Juntem-se conosco nas atividades preparatórias e no grande Ato em defesa da Eletrobras Pública, que acontecerá no TCU do dia 18/05, em Brasília”.
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