Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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#20N: atos do Dia da Consciência Negra por “Fora, Bolsonaro” ocupam as ruas e unem lutas

Lavagem da estátua de Zumbi dos Palmares, no Pelourinho, em Salvador (BA) - ©Thuane Maria
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Brasil de Fato acompanhou protestos que foram realizados em mais de 100 cidades de todas as regiões brasileiras

Entre as centenas de cidades brasileiras que foram palco de manifestações contra o governo federal neste sábado (20), estava União dos Palmares, território que abrigou o histórico quilombo liderado por Zumbi. No ano em que a marcha que marca o dia da Consciência Negra foi às ruas acompanhada pelo movimento Fora Bolsonaro, o cenário não podia ser mais adequado.

O protesto reuniu trabalhadoras e trabalhadores que se deslocaram de todo o estado. Momentos antes de subir a Serra da Barriga, onde fica o memorial do quilombo, a militante Débora Nunes, da direção nacional do MST, se emocionou ao falar da caminhada.

“Basta de discriminação racial, basta de genocídio do povo preto neste país. Vamos subir a serra pisando o território santo, a terra sagrada de Palmares. Vamos nos renovar para que neste 20 de novembro, nós possamos demarcar mais uma vez, nas ruas, a luta e a resistência do povo brasileiro pelo fora Bolsonaro.”

A mais de 800 quilômetro dali, em Fortaleza, a coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado (MNU) do Ceará, Vilani Oliveira, também ressaltou a potência dos atos. Na capital cearense, o protesto reuniu cerca de dez mil pessoas, de acordo com os organizadores. Vilani falou sobre a importância da unidade dos movimentos frente à crise institucional.

“A unidade dos que estão na chibata, dos que sofrem, dos que passam fome, dos que disputam comida do caminhão do lixo é essencial. Estamos aqui para fazer essa ciranda de irmandade, de canto de alegria, trazer nossas dores, nossa ancestralidade, Para que a gente não tome na luta. Para que a gente seja resistência”, declarou emocionada.

Em todo o Brasil, as palavras de Débora e Vilani ecoaram em protestos, atos de solidariedade, debates e encontros culturais. Ainda no Nordeste, os atos tomaram conta de diversas cidades, como Feira de Santa, Campina Grande, Mossoró, Teresina, Fortaleza, Maceió, Recife, João Pessoa, Aracaju, Salvador, entre outras dezenas.

No Pelourinho, que fica na capital baiana, as manifestações começaram com a lavagem da estátua de Zumbi dos Palmares, pela manhã. De tarde, cerca de 8 mil manifestantes caminharam do Campo Grande à Praça da Sé, segundo a organização do protesto.

O ritual de limpeza do monumento em homenagem ao líder da luta preta se repetiu em São Paulo. Antes da manifestação, militantes estiveram na Praça Antônio Prado, e fizeram a lavagem pela primeira vez na história da capital paulista. De tarde, cerca de 18 mil pessoas participaram da marcha na Avenida Paulista.

Na cidade do Rio de Janeiro, a população se reuniu no monumento Zumbi dos Palmares (região central) e em Madureira, para a Marcha da Periferia. Ainda no Sudeste, também houve protestos em Belo Horizonte, Vitória e dezenas de outros municípios no interior dos estados.

Estudantes gaúchos fizeram intervenções em algumas escolas de Porto Alegre, dando nome às instituições em homenagem a personalidades negras históricas brasileiras, em ação organizada pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas. De tarde, a população foi às ruas para se juntar à marcha.

As duas outras capitais da região Sul, Curitiba e Florianópolis e quase vinte cidades do interior, também foram palco de atos. O mesmo se repetiu nas regiões Norte e Centro-Oeste e até fora do país, em 10 cidades espalhadas por países europeus e em Nova York, nos Estados Unidos.

www.brasildefato.com.br/Nara Lacerda

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