Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sábado, setembro 21, 2024
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20 de Novembro, um dia de muita reflexão e luta

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Em todo o Brasil, os trabalhadores irão às ruas no próximo sábado, 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra. Em Salvador acontece, às 10h, a Lavagem da Estatua de Zumbi, na Praça da Sé, com roda de capoeira, samba, baianas e grupo de percussão, e a partir das 13h, ocorre o 7º Grande Ato da Campanha Nacional #ForaBolsonaro, no Campo Grande.

O ato será ás 13h, no Campo Grande. Nossa luta será contra o “Fora Bolsonaro Racista”, pelas pautas urgentes da classe trabalhadora, como geração de emprego decente, pelo fim da fome e da miséria e contra a política econômica do governo de Jair Bolsonaro.

Precisamos juntos, intensificar à luta para isolar ainda mais o líder da extrema direita brasileira, denunciar a obra de destruição do Estado nacional que seu governo está promovendo, fortalecer a unidade da oposição e construir a frente ampla em defesa da democracia e pelo impeachment

“Não admitimos nenhum tipo de corrupção, não aceitamos essa política burguesa de Paulo Guedes e de Bolsonaro, o povo não tem comida, moradia, não tem um minuto de paz. Vamos todos e todas no 20 de novembro, se empoderar da representatividade de Zumbi e nos unir em prol dos direitos da classe trabalhadora. Queremos o país unido pelas pautas fundamentais da vida da população negra desse país, que é a grande maioria. É hora de unificar, falou Rosa de Souza, presidenta da CTB-BA.

Os negros representam 56% da nossa população

Segundo o IBGE, 112 milhões de brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos. Para termos ideia do que esse número representa, apenas uma única nação africana, a Nigéria, tem mais moradores negros do que o Brasil.

Porém, estamos sub-representados nas universidades, no mercado de trabalho e na política – o que prova não haver democracia racial nenhuma no Brasil. Em 2018, apenas 55,6% dos jovens pretos e partos de 18 a 24 anos cursavam o ensino superior. Entre os jovens brancos, o índice era de 78,8%.

Na política, não é diferente. Os pretos e partos representam somente 24,4% dos deputados federais e 28,9% dos deputados estaduais eleitos em 2018. Para piorar, os partidos continuam a investir mais em candidaturas brancas. De acordo com o estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça”, os negros respondiam por apenas 16% dos candidatos que tiveram mais de R$ 1 milhão de orçamento de campanha.

A desigualdade racial também está visível no mercado de trabalho. No final de 2020, por exemplo, era de 13,9% a taxa geral de desemprego no Brasil – mas de 15,8% entre os trabalhadores pardos e 17,2% entre trabalhadores pretos. Conforme pesquisadores ligados ao Instituto Insper, o salário de um homem branco é, em média, 159% maior do que o de uma mulher negra, numa demonstração de que preconceitos tão arraigados, como o racismo e o machismo, andam de mãos dadas.

O racismo é um problema histórico e estrutural no Brasil. Mas, sem dúvida, as políticas neoliberais e antipovo do governo Jair Bolsonaro agravaram as desigualdades. Por isso, este 20 de Novembro não é dia de festa, mas, sim, de muita reflexão e luta! As centrais e as demais entidades sindicais abraçam as pautas do Dia da Consciência Negra e renovam a batalha para derrotar o bolsonarismo.

Temos a inspiração pessoal de Zumbi dos Palmares (1655-1695), bem como de sua luta pela libertação dos escravizados e pela resistência à opressão. Por mais de 15 anos, Zumbi liderou o heroico Quilombo dos Palmares, que chegou a reunir 30 mil escravos negros em fuga. Além disso, foi um ícone na defesa da história e da cultura africana. O maior líder quilombola do Brasil foi assassinado em 20 de novembro de 1695 – e a data de sua morte é uma referência especial para todos nós.

Zumbi nos faz lembrar que é preciso incluir a população negra em todas as esferas da sociedade, garantindo sua devida representação e promovendo a igualdade racial. Para combater tantas e tamanhas desigualdades, temos de denunciar as políticas de genocídio e encarceramento em massa dos pretos e pardos, além de cobrar cada vez mais políticas afirmativas, como as cotas raciais. Precisamos de mais negros nas universidades, nos empregos de qualidade e nos cargos de representação. Não seremos uma nação efetivamente livre, desenvolvida e soberana enquanto prevalecer o racismo.

Neste 20 de Novembro, saia às ruas e leve seu grito. Viva Zumbi! Fora, Bolsonaro!

www.ctb.org.br/ José Carlos Negrão, secretário de Igualdade Racial do Sindicato dos Condutores de São Paulo (SindMotoristas), é membro do Conselho Fiscal da CTB e da direção do PCdoB São Paulo.

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