Sindicalista denuncia que “bandidos” armam venda dos Correios para empresário aliado de Bolsonaro
Na campanha salarial, os Correios acabam de oferecer 0% de aumento salarial a seus funcionários, com adoção de banco de horas.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba, Elias Cesário, o Diviza, não é por acaso.
Segundo Diviza, o objetivo da proposta é provocar a greve da categoria e o desgaste dos Correios junto à população, para facilitar a privatização.
Os Correios já tiveram 120 mil funcionários, mas hoje são 89 mil. A demolição da estatal é paulatina. Desde 2011 não são realizados concursos públicos para contratar novos trabalhadores.
Hoje a empresa está na mira do Centrão, para ser privatizada na sequência da Eletrobras.
Diviza acredita que o principal interessado nos Correios é um empresário aliado de Jair Bolsonaro, que poderia ficar com a empresa através de prepostos.
A decisão do governo Bolsonaro de privatizar os Correios é estranha, num momento em que as vendas pelo comércio eletrônico explodiram.
O aumento das encomendas enviadas pelos Correios está na casa dos 70%, segundo o sindicalista.
Ele lembra que, por causa de sua capilaridade, os Correios não são concorrentes das grandes empresas internacionais, como Federal Express ou DHL, mas parceiros em potencial.
Muitas vezes, segundo o sindicalista, as empresas concorrentes dos Correios utilizam a estatal, cobrando um sobrepreço do cliente, para fazer encomendas chegarem a cidades e estados mais distantes.
Além da demissão de funcionários, ele acredita que no caso de privatização quem ficar com os Correios vai priorizar os grandes mercados nacionais — São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Brasília.
Com isso, os brasileiros vão pagar mais caro para enviar correspondência ou encomendas a lugares mais remotos.
Para Diviza, a privatização está sendo conduzida por “bandidos”. Veja a entrevista (no topo), na qual o sindicalista identifica o possível futuro dono dos Correios.
Uma boa notícia para o sindicalista: na mais recente pesquisa CNT/MDA, 51% dos entrevistados se disseram contra a venda de estatais, com quase 28% apoiando.
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