Chegada do inverno preocupa médicos. Ao todo, 3 em cada 4 brasileiros perderam alguém para a Covid-19 entre 2020 e 2021
Ouça o áudio:
Depois de mais de um ano de pandemia do novo coronavírus, uma das perguntas mais recorrentes entre especialistas e entre a população geral, invariavelmente, é: o que ainda está por vir? Ocorrerão novas ondas? Esse debate foi um dos principais temas da edição de hoje (10) do Programa Bem Viver.
A possibilidade de novas ondas não é um consenso entre cientistas, em especial no Brasil, onde a pandemia nunca arrefeceu, se mantendo em um patamar elevado de mortes há meses. No entanto, houveram picos, um deles no meio do ano passado, outro entre março e abril deste ano. Maio começou com o número de mortes em queda ou estabilidade por diversas regiões do país, porém, especialistas chamam a atenção que a situação pode voltar a se agravar, em especial com a chegada do inverno.
“Até esse controle atual é um pouco questionável, porque é um controle em níveis muito elevados. Já estamos há 50 dias batendo recordes e recordes de morte e se chama isso de controle. Então é um controle baseado na tragédia. Tivemos 200 mil mortes desde o começo do ano”, diz a médica da família e comunidade Nathalia Neiva dos Santos.
Ao todo, 3 em cada 4 brasileiros perderam alguém para a Covid-19 entre 2020 e 2021, segundo a pesquisa “Os Brasileiros, a Pandemia e o Consumo”, divulgada no último dia 3 pela
Confederação Nacional da Indústria. Na média, 53% dos entrevistados perderam um amigo, 25% perderam um parente que mora em outra residência e 15% um colega de trabalho.
“Uma reascensão da epidemia se deverá a volta das medidas de transição, de circulação de pessoas, aos feriados e a imobilidade do poder público, em especial do governo federal, que não realizou campanhas efetivas de orientação do uso de máscara, de isolamento social, ou seja, na adoção de medidas concretas e efetivas”, afirma Nathalia.
Alimentação escolar
Um projeto de lei que está em tramitação no Congresso Nacional que modifica uma etapa considerada essencial do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A proposta quer tirar a prioridade de assentados da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas como fornecedores de alimentos da merenda escolar.
O programa orienta o funcionamento das refeições escolares e tem como principal objetivo garantir que as instituições públicas de ensino ofereçam aos alunos alimentação de qualidade. Para isso, o PNAE assegura que ao menos 30% dos alimentos adquiridos pelo Governo Federal venha de agricultura familiar.
A proposta visa manter esse percentual, mas tira a prioridade das comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas na oferta de alimentos, o que tem um impacto grande na renda desses agricultores. O PL já foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora será avaliado pelo Senado.
Ramadã
Na próxima quarta-feira (12) termina o Ramadã, mês sagrado para os mulçumanos, considerado um momento de exercício da solidariedade e da fé. É neste período que os mulçumanos em boas condições de saúde realizam um longo jejum, da alvorada até o pôr do sol, todos os dias.
O Ramadã celebra o momento que, segundo a religião islâmica, o anjo Gabriel revelou o Alcorão, livro sagrado para os mulçumanos, ao profeta Mohammad, ou Maomé em português. Ele é sempre realizado no novo mês do ano islâmico, que segue o calendário lunar.
“Existe uma crença absoluta do Alcorão como uma mensagem para humanidade de conduta e de preservação da vida. É um mês sagrado em que a caridade acaba se multiplicando. O profeta disse que o muçulmano não pode dormir enquanto outro ser humano está com fome”, diz Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras). “É uma abstenção completa. Um jejum onde se faz um aprimoramento espiritual que consiste em ter um comportamento ético, em paz com todos os seres humanos”.
www.brasildefato.com.br