Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia
/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Funcionária do Grupo Carrefour sofre racismo e é demitida ao denunciar

Mulher é vítima de racismo e intolerância religiosa dentro do próprio ambiente de trabalho — foto: reprodução/Globonews
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Homem que proferiu as ofensas só foi desligado da empresa após início da investigação do Ministério Público do Trabalho

Uma auxiliar de cozinha do Hipermercado Atacadão, na Zona Oeste do Rio, foi demitida após denunciar racismo e intolerância religiosa cometida por outro funcionário.

Nataly Ventura da Silva, de 31 anos, foi desligada da empresa por ter “se envolvido em situações de conflito com outros funcionários”.

O caso foi divulgado pela Globonews, que teve acesso ao processo que o Ministério Público do Trabalho (MPT) move contra o estabelecimento que pertence ao Grupo Carrefour.

“Só para branco usar”

Nataly afirmou que logo que começou a trabalhar no local passou a conviver com a discriminação de um colega. Segundo o MPT, a funcionária foi surpreendida com a frase “só para branco usar” em seu avental. A mensagem foi assinada e escrita por Jeferson Emanuel Nascimento, que assumiu o crime.

De acordo com documentos internos do próprio mercado, o funcionário já havia sido acusado de racismo e agressão contra outra colega de trabalho na mesma unidade.

“Eu fui desligada da empresa. Voltei no refeitório para pegar os meus pertences: celular, bolsa de remédio, carregador, e estava lá o avental. No mesmo momento eu tirei a foto, fotografei, mas fiquei muito chateada”, contou Nataly ao G1.

Posteriormente, Jeferson foi demitido, mas o MPT apontou que a demissão só ocorreu após o início da investigação do caso por promotores.

Na ação contra o hipermercado, o Ministério Público quer o pagamento de uma indenização de até 50 milhões de reais por dano moral coletivo, além da recontratação da vítima.

Resposta da empresa

À Globonews,  o Grupo Carrefour diz que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação. Confira a íntegra abaixo.

“O Atacadão atua a partir de políticas sérias de diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação. Assim que tomou conhecimento do caso por meio do Ministério Público do Trabalho, abriu rigorosa sindicância para apurar o ocorrido, que resultou no desligamento do colaborador em questão.

A empresa reforça que, quando a denúncia do episódio mencionado foi realizada, a colaboradora já tinha sido desligada após avaliação de desempenho do período de experiência de 90 dias. O Atacadão conta com um canal exclusivo para denúncias, para que os funcionários possam reportar casos internamente de forma anônima.”

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