Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, anunciou uma parceria para produzir 100 milhões de doses da vacina contra o coronavírus que é desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido. O governo está organizando o cumprimento de sua parte do acordo (Sérgio Lima/Poder360 27.jun.2020)

O governo anunciou neste sábado (27.jun.2020) uma parceria para produzir 100 milhões de doses da vacina contra o coronavírus que é desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido. “Fomos convidados e assinamos uma carta de intenções”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. O governo está organizando o cumprimento de sua parte  do acordo, segundo ele.

Leia a íntegra (82 Kb)do comunicado emitido pelo Ministério.

Falaram no Palácio do Planalto, além de Franco, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros; o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto; e a diretora de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Camile Giaretta Sachetti. O ministro, Eduardo Pazuello, não estava presente.

A vacina desenvolvida pela instituição britânica com o laboratório AstraZeneca está começando a ser testada em humanos. O Ministério da Saúde afirma que essa é a vacina mais promissora entre as que estão em estudos no mundo.

O acordo custará US$ 127 milhões (cerca de R$ 700 milhões na cotação de 27 de junho), segundo a pasta. Inclui a produção, no 1º momento, de cerca de 30 milhões de doses e transferência de tecnologia. Essas doses serão feitas no Brasil, com insumos importados.

O negócio embute 1 risco. Existe a possibilidade de a vacina não ter eficácia comprovada. “Numa encomenda tecnológica, no desenvolvimento de uma encomenda tecnológica, existe risco”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.

Ele afirmou que, caso a vacina não possa ser aplicada em pacientes, o dinheiro não é todo perdido. A transferência de tecnologia e o conhecimento adquirido poderiam ser aproveitados de outras formas.

“É possível que até outubro ou novembro tenhamos dados preliminares da vacina”, disse a diretora Camile Giaretta Sachetti.

A ideia do governo é evitar que, quando a substância estiver disponível no mercado, o Brasil tenha vantagem. No início da pandemia, o país teve problemas na importação de produtos necessários para lidar com o coronavírus por causa da alta demanda mundial.

“Busca-se evitar que a população brasileira seja privada do acesso a uma vacina em tempo oportuno, uma vez que há grande demanda global”, escreveu Pazuello em ofício ao embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan. Leia a íntegra do documento (129 Kb).

As 30 milhões de doses devem ser entregues em dezembro deste ano e em janeiro de 2021, de acordo com a pasta. Arnaldo Correira de Medeiros diz que, tendo as doses, a aplicação seria realizada em no máximo algumas semanas.

Caso a vacina se mostre eficaz, poderão ser produzidas mais 70 milhões. A produção seria da Fiocruz, ligada ao ministério. O custo seria de US$ 2,30 cada dose. O IFA (ingrediente farmacêutico ativo) poderá ser feito no Brasil futuramente.

De acordo com o Ministério da Saúde, essas 100 milhões de doses seriam suficientes para cobrir todos os idosos e pessoas em grupos de risco como profissionais de saúde, indígenas, detentos e aquelas que têm comorbidades. Os locais de aplicação prioritários dependeriam de quais regiões do Brasil estiverem com mais problemas por causa da doença.

Até essa 6ª feira (26.jun.2020), o Brasil tinha 55.961 mortes confirmadas pelo coronavírus. O total de casos registrados era 1.274.974.


Fonte: Poder360

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