Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que houve um aumento de 22,2% em 12 estados
Nos meses de março e abril, o número de feminicídios subiu de 117 para 143, comparado ao mesmo período do ano passado. Entre março e abril deste ano, houve o aumento de 22,2% nos casos de feminicídio em 12 estados brasileiros. O dado é do estudo Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O Acre é o estado com a situação mais crítica, onde o aumento foi de 300%, seguido do Maranhão (166,7%), e Mato Grosso (150%). Os números caíram apenas em três estados, sendo eles o Espírito Santo (-50%), Rio de Janeiro (-55,6%) e Minas Gerais (-22,7%).
O relatório ainda ressalta que as vítimas estão enfrentando mais obstáculos para realizar as denúncias. Entre os estados que registraram queda nas denúncias estão o Maranhão (-97,3%), Rio de Janeiro (-48,5%), Pará (-47,8%) e Amapá (-35%).
Ainda, em comparação entre os meses de março de 2019 e 2020, houve o aumento de 17,9% de denúncias realizadas por telefone. Em São Paulo, as denúncias foram de 6.775 para 9.817, comparando março e abril de 2019 e de 2020. No Acre, as ligações foram de 752 para 920, e no Rio de Janeiro as chamadas passaram de 15.386 para 15.920.
O homicídio de mulheres teve um aumento nos seguintes estados: Amapá (100%), Acre (75%), Ceará (64,9%) e Rio Grande do Norte (8,3%), e uma queda em São Paulo (-10%), Pará (-7,7%) e Espírito Santo (-6,7%).
O FEMINICÍDIO: O QUE É E OS DADOS DE 2018
O feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. A tipificação deste crime está prevista no Código Penal brasileiro desde 2015.
De acordo com o 13° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 1.206 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2018, em todo o país. Em 88,8% dos casos, o autor era companheiro ou ex-companheiro da vítima.
www.observatorio3setor.org.br / UOL e Agência Brasil / Por: Isabela Alves
