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/ sexta-feira, novembro 22, 2024
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Por 75 votos a 1, Senado aprova adiamento do Enem 2020 – Após pressão Governo resolve adiar

"Processo da luta contra Bolsonaro é complexo e exige estratégia", diz Montalvão. Mesmo em quarentena, estudantes se organizam para lutar pela democratização do ensino e o adiamento da prova do Enem 2020
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Presidente do Senado, Davi Alcolumbre

Presidente da Casa diz que medida se dá em nome dos estudantes da rede pública de ensino que foram mais atingidos pela pandemia 

O plenário do Senado aprovou na noite desta terça-feira (19) o Projeto de Lei 1.277/2020, que suspende a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em casos de calamidade pública. Agora a matéria segue para a Câmara dos Deputados.

O adiamento foi aprovado por 75 senadores e apenas um contra, do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e envolvido com o escândalo da rachadinha no Rio de Janeiro.

Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o adiamento do Enem deste ano se dá “em nome de todos os estudantes brasileiros, principalmente da rede pública, que tiveram suas aulas e estudos interrompidos pela pandemia. O Congresso está ao lado dos brasileiros que são mais atingidos por este triste vírus”.

“Derrota vexatória de Bolsonaro e Weintraub! 75 votos a 1 no Senado pelo adiamento do Enem. O único contrário foi o Flávio Laranjinha. Vitória dos estudantes!”, escreveu no Twitter o ex-candidato à presidência e coordenador do MTST Guilherme Boulos.

“Senado votou pelo adiamento do Enem. Meu voto foi em homenagem ao jovem sonhador João Pedro que teve sua vida interrompida hj pelo Estado Brasileiro.O Estado serve p/ dar oportunidades aos jovens, não tirar suas vidas!”, postou no Twitter o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

“O Senado Federal aprovou, há pouco, o Projeto de Lei 1277/2020 que prorroga os prazos p/ provas e exames de acesso ao ensino superior em caso de reconhecimento de estado de calamidade pelo Congresso Nacional. Agora é com a Câmara dos Deputados!”, afirmou no Twitter a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

Inep resolve adiar o Enem 2020; novas datas não foram divulgadas

Provas digitais ocorriam nos dias 22 e 29 de novembro deste ano, a tradicional estava prevista para as datas 1º e 8 de novembro

Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgou, nesta quarta-feira (20), que decidiu pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A organização disse que as novas datas serão “de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais”.

Após pressão jurídica e popular pedindo o adiamento da prova pela pandemia do novo coronavírus no Brasil, a pauta foi aprovada pelo Senado na última terça-feira (19). O texto seguiu para a avaliação na Câmara dos Deputados.

Em abril, o Inep adiou a versão digital, que ocorria nos dias 11 e 12 de outubro e passou para 22 e 29 de novembro. A aplicação da prova tradicional estava prevista para as datas 1º e 8 de novembro. Novas datas ainda não foram divulgadas.

www.diariodonordeste.verdesmares.com.br

UNE defende comissão para agendar nova data do Enem

A UNE (União Nacional dos Estudantes) defende a criação de um grupo de trabalho com a participação de representantes dos estudantes, professores, secretarias de educação, reitores das universidades e MEC (Ministério da Educação) para sugerir uma nova data para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em razão da pandemia do novo coronavírus.

“O ideal é que seja marcado para o fim do ano letivo, mas é preciso levar em conta o tempo necessário para que os estudantes não sejam prejudicados”, afirma o presidente da UNE, Iago Montalvão.

A entidade já coletou mais de 300 mil assinaturas para pedir o adiamento do Enem marcado para os dias 1º e 8 de novembro. A meta é mobilizar pelo menos 500 mil pessoas. A hashtag ‘AdiaEnem’ tem movimentado as redes sociais.

Nesta terça-feira (19), o Senado aprovou um projeto de lei para adiar a realização das provas. A proposta não estabelece uma nova data para a aplicação do exame e foi aprovada por 75 votos favoráveis e apenas um contrário, do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O texto seguiu para a Câmara dos Deputados.

“É uma derrota imensa do governo e do Ministério da Educação. Isso demonstra uma insensibilidade tremenda do ministro em relação a esse tema. Você tem grande parte, quase a totalidade da sociedade, dos especialistas e das entidades ligadas à educação pedindo o adiamento há mais de um mês e o MEC sendo muito duro, não se abrindo ao diálogo”, reforçou Montalvão.

Após pressão, o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, sinalizou na manhã desta quarta-feira (20) para a possibilidade de adiar a data das provas. “Diante dos recentes acontecimentos no Congresso e conversando com líderes do centro, sugiro que o Enem seja adiado de 30 a 60 dias. Peço que escutem os mais de 4 milhões de estudantes já inscritos para a escolha da nova data de aplicação do exame”, postou o ministro nas redes sociais.

As inscrições para o Enem terminam nesta sexta-feira (22) e os interessados poderão participar de uma consulta pública que será lançada no final de junho.

No Paraná, a Apiesp (Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público) também se manifestou por meio de uma nota pública pelo adiamento das provas. O documento foi encaminhado ao ministro da Educação e os deputados e senadores do Paraná.

“É muito preocupante, diante desse cenário que nós estamos agora, já ter uma data definida para o Enem, sendo que nem mesmo nós sabemos como vai ser o retorno das atividades. Além do aspecto pedagógico, ter essa data definida é uma situação muito nociva para o psicológico dos alunos. Sabemos que há uma camada muito importante da sociedade que não tem acesso ao ensino, nesse momento, por conta da pandemia. Por isso, entendemos que é necessário reprogramar as datas”, argumenta a presidente da Apiesp, Fátima Aparecida Padoan, também reitora da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná).

www.folhadelondrina.com.br / Viviane Costa

 

 

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